quarta-feira

MAU AMBIENTE

Nos tempos mais recentes, tem sido dado muito destaque à segurança e higiene no trabalho.
Não é qualquer um que procede à reparação ou manutenção de antenas dos operadores de serviço de telemóvel.
A altura é extremamente elevada. O técnico pode possuir todos os conhecimentos especializados para proceder ao arranjo. No entanto, poder-lhe-á faltar o saber suficiente para realizar o trabalho em segurança.
Por isso, é obrigatória uma certificação adequada.
Felizmente, neste caso, o grau de exigência é significativo. Embora se trate de actividade que escapa ao nosso quotidiano, eu sei que as companhias que operam neste domínio cumprem a lei.
No entanto, há algo que se passa bem debaixo dos nossos olhos, com enorme frequência, e a que já não é atribuído o mesmo relevo.
A edificação de um centro comercial implica disponibilizar um certo número de lugares de estacionamento.
Trata-se de matéria urbanística, que qualquer pessoa compreende.
Se vai afluir muita gente ao local, é necessário criar condições para que o trânsito se processe com normalidade.
No entanto, uma vez realizadas as vistorias, algumas áreas do parque de estacionamento são logo afectadas a fins diversos.
Instalam-se lá oficinas de reparação automóvel, centros de lavagem de viaturas ou lojas de consertos rápidos de calçado.
Sem qualquer licenciamento ou autorização, inicia-se uma actividade subterrânea, em todas as acepções da palavra.
Advém logo um prejuízo para os utentes. Passam a ter menos locais onde aparcar a viatura e a ter de deixá-la em pisos situados mais abaixo, com o inerente consumo de combustível e maior poluição de um ambiente já pouco saudável.
Mas a principal lesão é para quem ali trabalha.
Forçosamente, o oxigénio no sangue está presente em quantidades inferiores àquelas que se registam quando o indivíduo se encontra ao ar livre. Tal explica-se pela existência de monóxido de carbono em níveis muito mais elevados do que o normal.
Para um cliente, que ali se detém durante uns minutos, o caso não preocupa.
Mesmo com os vigilantes, é possível minimizar os efeitos nocivos, desde que haja rotatividade no desempenho das funções e vão alternando com aqueles que trabalham à superfície.
Agora quanto aos que laboram a tempo inteiro num parque de estacionamento, os exames médicos revelam sempre uma saúde debilitada, a curtíssimo prazo.
Estes negócios estão sujeitos à fiscalização de três entidades: câmaras municipais, ASAE e inspecção do trabalho (ISHST).