sexta-feira

DINHEIRO E TERRORISMO



A crise financeira veio pôr a nu actividades ilícitas de alguns bancos.
O maior escândalo de todos ainda é um outro, ocorrido há algum tempo, mas que não tem tido grande divulgação. Anteriormente, referi-me ao mesmo.
Desde 1989, foram detectadas notas falsas de dólares norte-americanos, de elevadíssima qualidade, que circulavam um pouco por todo o mundo. Era notório que não seriam fabricadas em qualquer garagem clandestina, com uma máquina de off-set que não fizesse muito ruído. Tinha de ser algo elaborado por pessoas com enorme poder e que gozassem de uma impunidade extraordinária.
Eram os norte-coreanos.
É praticamente seguro que algumas dessas notas foram introduzidas em Portugal, por compatriotas que se movimentavam no mundo da alta finança.
Era muito significativa a quantidade de papel-moeda falsificado.
Para colocar em circulação as notas falsas pelo mundo inteiro, impunha-se o recurso a indivíduos e instituições de peso.
Políticos e banqueiros colaboraram na operação.
A CIA colocou-se em campo e, durante anos, investigou todas as acções.
Em 2005, conheceram-se alguns dos resultados.
Uma das figuras de maior destaque era Sean Garland, o político irlandês que foi acusado de transportar elevadas quantidades de notas falsas. É mais do que certo que parte desse dinheiro veio a servir de financiamento ao IRA, a organização terrorista da Irlanda.
O Banco Delta Ásia, em Macau, aceitou depósitos em numerário de quantias avultadíssimas, com recurso às mesmas notas. Tratava-se de uma instituição controlada por portugueses.
Voltando ao IRA, este também beneficiou de financiamentos proporcionados por um indivíduo de Sacavém, que era gerente de uma sucursal do Banco Português de Negócios (BPN).
Esta dependência facilitou as operações a um português, que chegou a exercer as funções de cônsul, encontrando-se devidamente acreditado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do nosso País.
Este ex-diplomata mantinha um bom relacionamento com Francis Grew e Henry McLaughin, que se encontram actualmente presos em virtude das suas ligações ao IRA. O português efectuava operações cambiais e de empréstimos junto daquele gerente do BPN. Depois, canalizava os montantes para os terroristas.