terça-feira

DORMINDO COM O INIMIGO



Alguns recordar-se-ão do que contei a propósito do sono e de quem acorda estremunhado.
Aqui há tempos, deparei-me com um caso insólito.
Um indivíduo de 81 anos de idade vivia sozinho em casa. Às oito da manhã, acordou e não ganhou para o susto. Debaixo da sua cama, encontrava-se um assaltante a dormir, com uma meia de vidro enfiada na cabeça.
O dono da casa telefonou para a polícia. Os agentes da autoridade não conseguiram acordar o meliante, tão profundo era o seu sono. Levaram-no ao colo para a viatura policial e só a caminho da esquadra é que ele despertou.
O que é que se tinha passado? No dia anterior, o intruso estivera a beber até ficar completamente embriagado. Decidiu então ir assaltar uma casa. Quando já se encontrava lá dentro, ouviu o dono da mesma meter a chave à porta. Imediatamente, escondeu-se debaixo da cama. O tempo passou e a bebedeira convidou ao sono.
Interroguei-o e ele só me respondia que não se lembrava de nada. Apenas se recordava de acordar quando ia a caminho da esquadra.
Perguntei-lhe como é que se introduzira dentro da habitação, já que não havia sinais de arrombamento, fazendo presumir que ele recorrera a chaves falsas. Disse que não fazia a mínima ideia e ainda sugeriu que alguém o tivesse posto lá dentro de casa.
Abri um envelope e, com alguma repugnância, peguei na meia de vidro que ele tinha envergado, ao mesmo tempo que lhe perguntava porque razão a colocara na cabeça. Também me garantiu não saber para que serviria a meia.
Ele há com cada um...