domingo

OPINIÕES E FACTOS



Num julgamento, torna-se fundamental conhecer estratégias de debate, como mencionei anteriormente (Convencer o Juiz).
Igualmente importante é saber técnicas para rebater os argumentos da parte contrária.
O apelo à autoridade impressiona. Invocar a opinião de um especialista ou o parecer de uma entidade credível é sempre melhor do que expor o nosso ponto de vista pessoal.
Imagine-se que está a ser menosprezada a doença de uma determinado sujeito. Poderemos responder, alegando que "segundo a Organização Mundial de Saúde, a dor de rins é das mais pungentes e encontra-se entre aquelas que maior sofrimento causam".


LONGE

Há casos em que tudo é muito subjetivo e cada pessoa terá a sua opinião. Suponhamos a declaração de que um certo objeto é valioso, que uma casa é grande ou que um local fica longe da estação de comboios. É impossível contestar. São convicções.
No entanto, em determinadas situações, temos de ser firmes e atestar que é inviável opinar sobre factos. São realidades que não admitem diferentes perspetivas.
Um jurista afirma: "a meu ver, após um acidente, é proibido o condutor retirar a viatura do local onde este se imobilizou".
Não devemos transigir. Impõe-se a réplica:
- Nessa matéria, não há discussão possível. Forçosamente, tal ideia é para rejeitar. Se abrirmos o código da estrada, verificaremos que é precisamente o oposto do que foi dito. O condutor está obrigado a proceder imediatamente ao regular estacionamento ou a retirar o veículo da faixa de rodagem.


DILEMA

Ajuda muito reduzir a controvérsia a um dilema. Havendo apenas duas hipóteses, basta afastar uma das possibilidades para que a outra prevaleça.
É um método frequentemente utilizado por vendedores. Propõem-nos, por exemplo:
- Caso dê preferência à estética, o computador branco será uma boa opção. Mas se, realmente, o importante, para si, é a velocidade e a fiabilidade, então tem de escolher este que eu lhe sugiro.
Numa sala de audiências, poder-se-á defender o seguinte:
- Recorde-se que este automóvel apenas tem dois lugares. Ia lá o casal. Portanto, quem conduzia era um deles, de certeza. O homem foi visto a sair, para se deslocar a uma loja. Logo de seguida, ocorreu o atropelamento. Portanto, só poderia ser a senhora que ia ao volante.


DEDUÇÃO

Os raciocínios dedutivo e indutivo constituem dois meios eficazes.
Na dedução, anunciam-se duas premissas válidas, por todos reconhecidas. De seguida, descreve-se a conclusão.
Vejamos. A vítima foi filmada a efetuar uma compra. A loja abriu às dez horas. Logo, às nove e meia, ainda se encontrava com vida.


RACIOCÍNIO

Relativamente à argumentação indutiva, o processo consiste em demonstrar uma generalização. Enumeram-se múltiplos casos semelhantes. Conclui-se que uma outra situação, em tudo idêntica, só pode ter o mesmo desfecho.
Sempre que se partiu um ovo, confirmou-se que o mesmo continha uma gema no seu interior. Deste modo, todos os ovos têm gemas.
Analisemos a seguinte explicação:
- Aquele berbequim já tinha sido utilizado centenas de vezes, por vários operários. Nunca se tinha registado qualquer problema. Assim, o acidente não teria ocorrido se o aparelho tivesse sido colocado em funcionamento como habitualmente, ligado a uma tomada conectada à terra.