sábado

EU ACORDO A PENSAR NO ACORDO ORTOGRÁFICO



Acordo às 7 da manhã a pensar no seguinte. Já que se propõem retocar o acordo ortográfico para manter o acento em “pára”, eu sugiro outras acentuações.
Sendo assim, eu “acórdo” às sete.
Depois, lá para a uma da tarde “pára” mesmo tudo porque são horas do almoço e eu almoço na sede do clube, onde mato a fome e a sede. Traço a rota no navegador do carro e verifico se não terei alguma peça de vestuário rota.
No começo, consulto a ementa. Começo pela sopa, saboreada à colher, enquanto o empregado vai colher informações sobre qual é o peixe que está mais fresco.
Gosto de água, que faz um corte com o gosto a verduras. Parece que a corte do último rei de Portugal também apreciava os caldos no início da refeição.
Avisto a Torre de Belém e digo ao funcionário:
- Torre um pouco de pão e traga-mo com manteiga.
Chega a travessa com os bifes e, pegando no garfo, acerto no maior, enquanto digo ao meu companheiro de mesa:
- Fazemos um acerto nas batatas fritas.
Eu jogo pelo seguro e gozo da fama de, no jogo, não perder nem a feijões, o que me dá imenso gozo.
Peço um cubo de gelo e aproveito para dizer:
- Desligue o ar condicionado que eu ainda gelo com este frio.
O meu amigo pergunta-me:
- Leste a obra “A Leste do Paraíso” ou só viste o filme?
Sobre a mesa continua o pão e para que não sobre nada no prato, ainda o molho no molho.
Há um operário que está a pregar um quadro na parede. Faz uma barulheira de tal ordem que eu só desejo que ele vá pregar para outra freguesia.
Oiço o choro de um bebé e quase choro de alegria quando se faz silêncio.
Quando chega a conta, vejo que eu não me governo com menos de cinco euros e penso que o governo devia reduzir outra vez o IVA na restauração.