Há muito tempo que levo com baldes de água fria.
Os melhores são os do Health and Racket Club, em
Cascais. Puxo a corrente que inverte a posição do recipiente e fico encharcado
com um pequeno dilúvio, de baixa temperatura, enquanto estou em calções de
banho.
Não tenho é contribuído para a associação de esclerose lateral amiotrófica.
Em abril, os tailandeses
lançam baldes de água uns aos outros, em plena rua. É a forma de celebrar o ano
novo. Inicia-se uma outra etapa, com apropriada limpeza.
PROCESSO
Muitos processos judiciais giram em torno de algo que
sucedeu na casa-de-banho.
Aqui há uns anos, em Castelo Branco, um casal andava
desentendido. Ainda partilhavam a mesma habitação. Porém, utilizavam casas-de-banho
distintas.
Como a mulher é que pagava a conta de eletricidade, ela
decidiu retirar as lâmpadas que se encontravam nas instalações sanitárias que o
marido destinava à sua higiene diária. Visto que se tratava de um compartimento
interior, sem janela, era indispensável a iluminação.
O homem colocou uma nova lâmpada, mas a senhora partiu
o candeeiro. Gerou-se uma discussão. Terminou com agressões e posterior
condenação do indivíduo, em tribunal.
DUCHE
Muito menos problemáticos são os pequenos debates que
surgem no seio do casal, quando um é europeu e o outro chinês.
Invariavelmente, os cônjuges discordam do momento
próprio para tomar o duche diário.
O marido, ocidental, sempre se habituou a lavar-se de
manhã. Sai fresquinho, para o trabalho. Levantar-se e vestir-se logo de seguida
seria inaceitável.
A mulher, asiática, fá-lo à noite. Acha impensável que
uma pessoa se vá deitar, metendo-se no vale de lençóis, sem tomar banho
previamente, após um dia fora de casa.
Eu não conheço ninguém que tome mais duches diários do
que os brasileiros. A toda hora, metem-se no "banheiro" e saem de lá retemperados.
Portanto, entre os 3 ou 4 banhos do dia,
inevitavelmente conta-se um ao levantar e outro, antes de deitar.
Imagino que, assim, nunca haverá desacordo do cônjuge,
se este for da Europa ou da Ásia.