quinta-feira

JAMAIS JAMAICA



Ninguém melhor do que eu conhece o combate à criminalidade no Bairro da Jamaica.
Como Juiz no Tribunal do Seixal, durante anos, puni alguns moradores que eram traficantes, ladrões, violadores, agressores ou assassinos.
Mas também condenei certos polícias sádicos, corruptos ou prepotentes.
Deste modo, foram afastados os elementos indesejáveis e viveu-se um período de significativa paz.
Mais recentemente, a situação piorou no Vale de Chícharos, verdadeira designação do local.
Tem plena razão o Presidente da República, que, numa aula, em resposta a jovens indignados com a violência, explicou que as notícias versam sobre o que é patológico. Ele sabe do que fala pois foi jornalista. Os meios de comunicação não divulgam a atividade quotidiana das autoridades policiais, em prol da segurança.
Assim como está corretíssimo o sindicalista Paulo Rodrigues, ao declarar que o problema reside em ter deixado de haver agentes da PSP especialmente dotados para as zonas problemáticas, sujeitos escolhidos a dedo.
Quanto ao assessor do Bloco de Esquerda, a sua indelicadeza não é assim tão grosseira como a deselegância do rude deputado que, em tempos, decidiu referir-se aos reformados como “a peste grisalha”. Não devemos ser flores de estufa hipersensíveis: há que conviver com a descortesia.
O preocupante é que dezenas de habitantes ficaram feridos, um deles com gravidade. Seis polícias foram atingidos.
O balanço não orgulha ninguém e há que fazer tudo para evitar uma escalada de violência, que pode alastrar a outras localidades.
Retiram-se os indivíduos perturbadores e, se possível, trazem-se aqueles que podem trazer tranquilidade.