terça-feira

LISBOA? QUERO É IR PARA O BRASIL!



O Boeing aterrou ontem em Lisboa, no aeroporto da Portela, às 9h28m. Chegou com apenas 40 minutos de atraso. Veio com uma passageira a menos. Foi presa e retirada à força da aeronave, antes de esta descolar, em Filadélfia.
A mulher berrava, proferindo ordinarices. Segundo apregoava, queria mesmo era ir para o Brasil. O nosso país não a atraía.
Havia muitas crianças presentes e vários pais incomodados com aqueles palavrões.
Nas filmagens, vê-se uma menina horrorizada. Talvez mais assustada com a forma pouco delicada como a passageira era encaminhada para fora do aparelho do que propriamente com as obscenidades. Afinal, a criança tinha auscultadores nos ouvidos e não deve ter escutado a maior parte dos turpilóquios.
Não sei se o homem que levantou, do assento, a criatura agitada era apenas um cidadão empenhado ou mesmo um guarda, ao estilo dos sky marshals.
Desconheço se a mulher se encontrava particularmente agitada devido a alegre excitação, apreensão ou verdadeira fúria.
Ignoro se ela será bipolar, como veio a alegar. Se for esse o caso, caberá questionar se a senhora tem tido o cuidado de tomar a medicação prescrita.


RACISTAS

Apenas tenho conhecimento de que a pessoa em causa é utilizadora da rede social "Reddit" e que, já algemada, disse: "eles são racistas".
Ela é branca. Assim como o são os homens que a detiveram e a quem ela se referia.
Claramente, fez aquela afirmação ao cruzar-se com uma agente policial negra. Desesperadamente, procurava ver nela uma aliada, na esperança de que a outra se posicionasse contra os que a arrastavam.
Como tem sido defendido, o vocábulo "racista", por vezes, é empregue para insultar sem necessidade de demonstrar a validade da ofensa. Como se trata de uma acusação algo vaga, o visado tem poucas hipóteses de defesa.
É uma tática à Alinsky, autor do manual de regras para radicais.

VEJA O VÍDEO:



DOIS PASSOS

Recordo-me de, há dias, ter ouvido:
- Isso é terra de pretos!
O desdém com que o homem falava indiciava que esse, sim, era mesmo racista.
Aludia à freguesia lisboeta dos Olivais.
Mas rapidamente me apercebi que este meu conhecido poderá ser melhor caraterizado como elitista.
Afinal, ele mora a dois passos daquela zona.
Tem muito orgulho em residir num dos maiores prédios do Parque das Nações.
O curioso é que grande parte dos habitantes desse edifício são africanos, chineses, indianos e árabes. Indivíduos que ele cumprimenta com o maior dos respeitos, não manifestando nenhum desagrado em partilhar as áreas comuns com estes vizinhos que não se integram na sua etnia. Ao cruzar-se com eles, age com a mesma simpatia que adota quando se depara com moradores bem conhecidos, como a causídica que lidera a Ordem dos Advogados.
Certamente aquela criatura posiciona o seu vizindário num estatuto socioecónomico diferente daquele que carateriza a maioria dos habitantes de Olivais.
Bem vistas as coisas, o sujeito não estará assim tão convencido da superioridade da raça a que pertence. Será apenas um pretensioso, que considera adequado distinguir uma minoria de privilegiados.