terça-feira

OS REMÉDIOS DO MÉDICO




O Dr. Remédios era um prestigiado médico timorense.
Faleceu de modo impressionante.
Encontrava-se ao volante do seu automóvel e sentiu-se muito mal. Imobilizou a viatura, sem ter tempo de a encostar à berma.
Um amigo dele passava por ali e abordou-o.
O Dr. Remédios explicou o que se passava e fez o diagnóstico do mal que o afectara. Anunciou que iria morrer e já não teria tempo de ser salvo.
Assim foi.
Tendo sido conduzido ao hospital, já nada pôde valer ao clínico.
Até no estertor, ele manteve as suas qualidades e soube autodiagnosticar-se.
Também com aquele apelido não era de estranhar que fosse bom médico…



AVEIRO

O Dr. João Cura, clínico de Aveiro, possui um apelido igualmente adequado à profissão.
Em Loulé, existe uma advogada de apelido Justo. Parece apropriado.
Há uma loja de animais em Cascais, que pertence a um indivíduo de nome Armando Pinto.
Em Amarante, a D. Rosa Teixeira escolheu uma actividade que condiz com o seu nome. É florista.
Um comerciante de Coimbra, de seu nome António Pereira, dedica-se à venda de fruta.
Em Vila do Conde, uma carpintaria tem à frente uma senhora, o que não é usual. Mas o mais curioso é que ela se chama Ana Serra.
O Senhor António Santos, de Ourém, dedica-se à comercialização de artigos religiosos.
No Porto, um engenheiro civil tem um nome mesmo indicado para a sua profissão. É o Senhor Engenheiro Mário Ponte.
A antiga presidente da Câmara de Felgueiras deve-se ter apercebido das vantagens de ter um nome a condizer. Daí que seja conhecida por Fátima Felgueiras, embora este seja um nome do meio e não o seu último apelido.
Em Guimarães, há o Dr. Luís Guimarães, dentista, e o Dr. Paulo Guimarães, advogado.
O Dr. Daniel Braga, médico, e o Dr. Vítor Braga, advogado, têm domicílio em Braga.


MATRIMÓNIO

Com o casamento, os apelidos podem mudar muito.
Até 1977, a regra era a seguinte: a mulher, se quisesse, adoptava o apelido do marido.
É claro que isso violava a Constituição aprovada em 1976, que estabelece a igualdade entre homens e mulheres.
Portanto, o Código Civil foi alterado. Qualquer um dos cônjuges pode adoptar o apelido do outro.
A lei não é clara e tem gerado alguma controvérsia.
A ideia fundamental era permitir a liberdade de escolha: o marido poderia ficar com o apelido da mulher, em vez de ela adoptar o do esposo.
É muito frequente a mulher adoptar o apelido do marido. No entanto, por vezes, também ele adopta o apelido da mulher.
Ora isto conduz a que fiquem com nomes distintos.
Por exemplo, enquanto solteiros, ela chamava-se Ana Costa e ele João Pimenta. Depois do matrimónio, a senhora fica Ana Costa Pimenta e ele João Pimenta Costa.
Isto não faz sentido, mas acontece.
O razoável é um deles intercalar o apelido do outro, por forma a ficarem com um apelido de família comum. Ela passa a chamar-se Ana Costa Pimenta e ele João Costa Pimenta. Ou então ficam os dois com o apelido Pimenta Costa.
O Professor Pereira Coelho chamou a atenção para este problema, mal o Código Civil foi modificado. Todavia, a prática tem permitido que a lei seja aplicada à letra e conduza àquele resultado insólito.