quarta-feira
CHEGOU A POLÍCIA ANTES DO ASSALTO
Tocou o alarme.
A montra tinha-se partido e o dono do estabelecimento comercial dirigiu-se, de imediato, ao local.
Ele ficou impressionado. E pensou: “a polícia é mesmo eficiente. Chegou a viatura policial antes de mim”.
Afinal, não se tratara de nenhum assalto.
Uma agente policial estacionara o veículo de serviço em cima do passeio, mesmo em frente a uma montra.
Quando regressou, esqueceu-se de desengatar a alavanca de mudanças. Como a primeira velocidade se encontrava activada, ao accionar a ignição, a viatura deslocou-se para a frente, elevando-se, indo abaixo de imediato.
O diabo é que o automóvel embateu contra a montra e quebrou-a. Aquilo ainda é coisa para custar uns milhares de euros, a que se soma o pagamento de um serviço de urgência. O estabelecimento não pode ficar assim aberto ao dispor dos assaltantes.
SEGURO
Estivesse a senhora a conduzir a sua viatura particular não haveria problema algum. Ela participaria o acidente à companhia de seguros e esta assumiria o pagamento da indemnização respectiva.
Tratando-se de um veículo policial, este não dispõe de seguro.
Havendo algum acidente, o próprio Estado assegura o pagamento dos prejuízos.
Se o condutor for culpado do acidente, o Estado exige-lhe a reposição do respectivo valor.
Ou seja: no final de contas, seria a agente policial a arcar com a despesa à custa do seu próprio bolso.
Era de noite.
Pouca gente assistira ao acidente.
Os populares que entretanto acorreram ao local também não eram em grande número.
De modo que o comerciante disse à senhora:
- Deixe estar. Eu digo que cheguei cá e não estava aqui ninguém. Tenho seguro contra roubo. Eles pagam-me a colocação do novo vidro.
Este caso real, ocorrido não há muito tempo, tem servido de exemplo nas Faculdades de Direito, para debate nas aulas.