Nos últimos dias, muitos utentes telefonaram para a Linha Saúde 24. Eu fui um deles, em virtude da gripe que atingiu a minha filha mais nova.
No que concerne à gravação da conversa telefónica, é tomada a atitude correcta. O enfermeiro indaga se pode proceder ao registo fonográfico. Em caso afirmativo, o utilizador declara expressamente que autoriza a gravação.
Diferente é o comportamento de uma determinada companhia de seguros de atendimento telefónico. Ilegalmente, procede à gravação, sem que haja autorização expressa. O cliente limita-se a ouvir um anúncio, dizendo que pode recusar o consentimento. Para tal, deve manifestar essa intenção, no início da conversa.
Além de ilícito, é absurdo. Bastava cortarem a parte da conversa em que o cliente diz que não autoriza a gravação. Depois, garantiam que ele não se tinha oposto.
Aqui há 20 anos, ocorreu um caso curioso com Álvaro Cunhal.
Aproximava-se a Festa do Avante.
O jornalista que o entrevistava pretendia confirmar algo que, a ser verdade, era revelador quanto à força do PC, que assim se vê na capacidade de mobilização dos comunistas.
Seria verdade que, naquele ano, o partido tinha contratado operários para instalar as estruturas inerentes às festividades, a fim de colmatar a falta de militantes voluntários em número suficiente para tal missão?
O líder comunista pediu ao repórter que desligasse o gravador de cassetes.
Seguidamente, Cunhal corroborou a informação. Atribuiu aquela circunstância a “um certo cansaço dos comunistas” assim como a “descrença e impaciência”, que surgiam naturalmente, atentos “os recuos no processo revolucionário português”.
Após o gravador se encontrar novamente em funcionamento, veio a resposta “oficial”:
- Isso é uma mentira da reacção. Mais uma, aliás, pois nunca tivemos tantos voluntários, sobretudo jovens, a trabalhar, prescindindo de férias, de praia…
O profissional da comunicação social era Fernando Dacosta.
Relata este episódio no seu livro “Os Mal Amados”. Aí conta muitas outras ocorrências interessantes, envolvendo diversas personagens da nossa história recente: Amália, Marcello Caetano, Saramago, Natália Correia, Soares, Costa Gomes e Salazar, entre outros.
No que concerne à gravação da conversa telefónica, é tomada a atitude correcta. O enfermeiro indaga se pode proceder ao registo fonográfico. Em caso afirmativo, o utilizador declara expressamente que autoriza a gravação.
Diferente é o comportamento de uma determinada companhia de seguros de atendimento telefónico. Ilegalmente, procede à gravação, sem que haja autorização expressa. O cliente limita-se a ouvir um anúncio, dizendo que pode recusar o consentimento. Para tal, deve manifestar essa intenção, no início da conversa.
Além de ilícito, é absurdo. Bastava cortarem a parte da conversa em que o cliente diz que não autoriza a gravação. Depois, garantiam que ele não se tinha oposto.
Aqui há 20 anos, ocorreu um caso curioso com Álvaro Cunhal.
Aproximava-se a Festa do Avante.
O jornalista que o entrevistava pretendia confirmar algo que, a ser verdade, era revelador quanto à força do PC, que assim se vê na capacidade de mobilização dos comunistas.
Seria verdade que, naquele ano, o partido tinha contratado operários para instalar as estruturas inerentes às festividades, a fim de colmatar a falta de militantes voluntários em número suficiente para tal missão?
O líder comunista pediu ao repórter que desligasse o gravador de cassetes.
Seguidamente, Cunhal corroborou a informação. Atribuiu aquela circunstância a “um certo cansaço dos comunistas” assim como a “descrença e impaciência”, que surgiam naturalmente, atentos “os recuos no processo revolucionário português”.
Após o gravador se encontrar novamente em funcionamento, veio a resposta “oficial”:
- Isso é uma mentira da reacção. Mais uma, aliás, pois nunca tivemos tantos voluntários, sobretudo jovens, a trabalhar, prescindindo de férias, de praia…
O profissional da comunicação social era Fernando Dacosta.
Relata este episódio no seu livro “Os Mal Amados”. Aí conta muitas outras ocorrências interessantes, envolvendo diversas personagens da nossa história recente: Amália, Marcello Caetano, Saramago, Natália Correia, Soares, Costa Gomes e Salazar, entre outros.