No entanto, não deixo de ver alguns dos bons filmes que vão estreando. Por outro lado, as minhas filhas levam-me a ver tudo o que existe em matéria de animação.
No início deste ano, assisti à obra realizada por Clint Eastwood: A Troca.
Baseado em factos reais, ocorridos em Los Angeles, em 1928, narra a história de uma corajosa Mãe solteira, cujo filho desaparece, aos nove anos de idade.
A Polícia local é alvo de enorme pressão da opinião pública, no sentido de efectuar investigações que permitam localizar o menino.
Por incrível que pareça, as autoridades acabam por encenar o reaparecimento da criança, perante os órgãos de comunicação social. Christine, a mãe desesperada, é interpretada por Angelina Jolie. Acaba por receber um rapaz que não é o seu filho, com o constante argumento de que ele mudou muito, durante os seis meses em que viveu fora de casa. Um responsável policial diz-lhe para aceitar o menino, “à experiência”.
É claro que, regressada a casa, a senhora fica com a certeza absoluta de que aquele moço não é o seu filho.
Dirige-se à esquadra. Aí respondem-lhe que não irão prosseguir as buscas do pequeno Walter. Ele já foi localizado e entregue à progenitora.
A mulher não baixa os braços. Em colaboração com um reverendo que anima um programa de rádio, lança uma campanha contra a actuação policial.
A resposta das autoridades é drástica.
Christine é tida como louca. Consideram-na uma mãe desnaturada. Contra a sua própria vontade, é internada num hospital psiquiátrico.
O filme constitui uma obra-prima magnífica.
IMPOSSÍVEL DE OCORRER NA VIDA REAL
Contudo, é nesse hospício que ocorre uma cena totalmente inverosímil.
Na instituição, uma das pessoas com quem Christine mais convive é uma prostituta, que não se conforma com a atitude generalizada dos agentes policiais. Frequentemente, enviam a rameira para a unidade hospitalar, onde ela é mantida longe das questiúnculas com a autoridade.
Numa ocasião, esta meretriz tem uma atitude mais agressiva, em defesa de Christine.
Então, a prostituta é encaminhada para a sala dos electrochoques.
O que se segue é totalmente irrealista.
A paciente é firmemente agarrada a uma marquesa. Depois de ligados os eléctrodos, as auxiliares seguram-lhe os braços e as pernas. É aplicado o choque eléctrico, que corresponde a uma rápida descarga de aproximadamente 10 000 volts.
Evidentemente, na vida real, ninguém segura o doente. Se o fizesse, sofreria também a descarga eléctrica e cairia redondo no chão.
Depois, trata-se de um brevíssimo choque, que deixa a pessoa imediatamente inconsciente. Por isso, não faz sentido a máquina com botões rotativos, que não existem nos aparelhos deste tipo.
Tirando este pormenor, trata-se de uma película de excepção, que nos dá a conhecer um intenso drama. A tragédia levou a uma profunda reforma da polícia e das instituições médicas e judiciais de Los Angeles, tornando-as bem mais eficazes.
A este propósito, vale a pena ler um livro, que acaba de ser lançado em Portugal: “Doida Não e Não!”. Da autoria de Manuela Gonzaga, relata a vida da filha do fundador do “Diário de Notícias”. Aos 48 anos, Maria Adelaide decidiu deixar o lar conjugal, para ir viver com o seu jovem chauffeur, por quem se apaixonara. Também ela foi submetida a um internamento num manicómio, de onde viria a fugir.
Contudo, é nesse hospício que ocorre uma cena totalmente inverosímil.
Na instituição, uma das pessoas com quem Christine mais convive é uma prostituta, que não se conforma com a atitude generalizada dos agentes policiais. Frequentemente, enviam a rameira para a unidade hospitalar, onde ela é mantida longe das questiúnculas com a autoridade.
Numa ocasião, esta meretriz tem uma atitude mais agressiva, em defesa de Christine.
Então, a prostituta é encaminhada para a sala dos electrochoques.
O que se segue é totalmente irrealista.
A paciente é firmemente agarrada a uma marquesa. Depois de ligados os eléctrodos, as auxiliares seguram-lhe os braços e as pernas. É aplicado o choque eléctrico, que corresponde a uma rápida descarga de aproximadamente 10 000 volts.
Evidentemente, na vida real, ninguém segura o doente. Se o fizesse, sofreria também a descarga eléctrica e cairia redondo no chão.
Depois, trata-se de um brevíssimo choque, que deixa a pessoa imediatamente inconsciente. Por isso, não faz sentido a máquina com botões rotativos, que não existem nos aparelhos deste tipo.
Tirando este pormenor, trata-se de uma película de excepção, que nos dá a conhecer um intenso drama. A tragédia levou a uma profunda reforma da polícia e das instituições médicas e judiciais de Los Angeles, tornando-as bem mais eficazes.
A este propósito, vale a pena ler um livro, que acaba de ser lançado em Portugal: “Doida Não e Não!”. Da autoria de Manuela Gonzaga, relata a vida da filha do fundador do “Diário de Notícias”. Aos 48 anos, Maria Adelaide decidiu deixar o lar conjugal, para ir viver com o seu jovem chauffeur, por quem se apaixonara. Também ela foi submetida a um internamento num manicómio, de onde viria a fugir.