Tudo se passava diariamente, num posto de abastecimento de combustíveis.
À hora do almoço, havia uns figurões que tinham um passatempo de gosto duvidoso.
Eles trabalhavam no armazém de uma grande loja de mobiliário, que vende móveis a preços baixos. Muitos dos compradores optam por levar as peças em kit nos seus próprios veículos. Após concretizarem a aquisição, dirigem-se a uma porta do tal armazém, onde apresentam o recibo da compra. Os funcionários trazem a mercadoria, ajudando a colocá-la na viatura do cliente.
Ora um grupo destes empregados adoptava uma forma peculiar de aproveitar a pausa para descanso, correspondente à hora do almoço.
Após tomarem a sua refeição, bebiam o café numa estação de serviço ali perto. Depois, vinham para o exterior, sentando-se no chão ou encostando-se a uma parede.
Iam observando as pessoas que chegavam para abastecer. O sistema era o mais habitual, na actualidade: auto-serviço, com pagamento posterior na loja.
A atenção destes rufias concentrava-se nas senhoras, em particular as mais jovens e esbeltas.
ENFIAR A MANGUEIRA
Uma moça abria a porta do carro, retirava o tampão do depósito e pegava na agulheta, fazendo com que a mangueira fornecesse o combustível pretendido.
E lá estavam aqueles fadistões, a comentar o procedimento:
- “Enfia-a bem”
- “Mete a mangueira”
- “Espeta-a”.
As coisas complicaram-se quando, afinal, a condutora não se encontrava sozinha. Ao lado, seguia o jovem marido, que, entretanto, fora pagar o combustível adquirido.
O homem nem se meteu com os empregados da loja de móveis, apesar das observações desagradáveis.
Os brigões ficaram algo surpreendidos com a presença do esposo e até esperavam que ele reagisse. Como tal não sucedeu, foram os próprios que se dirigiram ao passageiro, dizendo coisas do género:
- Então vens defender a tua dama?
- Deixas a rapariga sozinha a meter a gasolina?
Depois, colocaram-se em frente à porta de acesso à loja, onde se procedia aos pagamentos. Os homens formaram uma barreira, que impedia a entrada do indivíduo com quem se metiam.
Terminou tudo numa cena de pancadaria, em que a superioridade numérica dos desordeiros se reflectiu bem nos ferimentos causados ao agredido, socado, derrubado para o chão e pontapeado sem piedade.
Eu não duvido do que a mulher da vítima disse, em tribunal:
- Depois de o meu marido ter alta do hospital, as noites eram um suplício. Muitas vezes, ele acordava sobressaltado, após um pesadelo, gritando: “parem, não me batam mais!”.
Uma moça abria a porta do carro, retirava o tampão do depósito e pegava na agulheta, fazendo com que a mangueira fornecesse o combustível pretendido.
E lá estavam aqueles fadistões, a comentar o procedimento:
- “Enfia-a bem”
- “Mete a mangueira”
- “Espeta-a”.
As coisas complicaram-se quando, afinal, a condutora não se encontrava sozinha. Ao lado, seguia o jovem marido, que, entretanto, fora pagar o combustível adquirido.
O homem nem se meteu com os empregados da loja de móveis, apesar das observações desagradáveis.
Os brigões ficaram algo surpreendidos com a presença do esposo e até esperavam que ele reagisse. Como tal não sucedeu, foram os próprios que se dirigiram ao passageiro, dizendo coisas do género:
- Então vens defender a tua dama?
- Deixas a rapariga sozinha a meter a gasolina?
Depois, colocaram-se em frente à porta de acesso à loja, onde se procedia aos pagamentos. Os homens formaram uma barreira, que impedia a entrada do indivíduo com quem se metiam.
Terminou tudo numa cena de pancadaria, em que a superioridade numérica dos desordeiros se reflectiu bem nos ferimentos causados ao agredido, socado, derrubado para o chão e pontapeado sem piedade.
Eu não duvido do que a mulher da vítima disse, em tribunal:
- Depois de o meu marido ter alta do hospital, as noites eram um suplício. Muitas vezes, ele acordava sobressaltado, após um pesadelo, gritando: “parem, não me batam mais!”.