terça-feira

OPINIÃO PÚBLICA




Embora triste, a morte do Senador Edward “Ted” Kennedy não surpreendeu ninguém.
Recordo-me de ter conversado com ele, em Agosto de 1994. Já lá vão quinze anos e encontrávamo-nos ambos alojados no Hotel Hilton, de Roma.
Tomávamos o pequeno-almoço, quase à mesma hora.
Eu chegava um pouco antes.
Depois, vinham os guarda-costas do senador norte-americano. Autênticos gorilas, eles passavam a pente-fino a sala das refeições. Percorriam todos os seus cantos, levantavam toalhas e olhavam para debaixo das mesas, não esquecendo os respectivos centros, com arranjos de flores, que eram erguidas por forma a verificar se dissimulavam algo.
Somente após esta visita por parte dos seguranças, o senador entrava, para tomar o seu café da manhã.
Falei com o político, a propósito da oposição que ele empreendera uns anos antes, contra a nomeação do Juiz Robert Bork para o Supremo Tribunal. Na altura, Kennedy realizou uma pesquisa sobre os livros e artigos escritos por este magistrado. O parlamentar incomodava-se especialmente pelo facto de Bork ter defendido, em tempos, que alguns julgamentos, em tribunais federais, deveriam decorrer à porta fechada.
O carácter público dos julgamentos, a publicidade da audiência, a livre assistência às sessões constitui, efectivamente, uma das mais importantes garantias. Assegura a transparência da função do juiz e permite conferir a sua imparcialidade e isenção.