As investigações judiciais em torno de alguns
funcionários podem afetar a credibilidade dos próprios organismos onde eles
desempenham funções.
Em 1970, Marcello Caetano extinguiu a polícia de viação
e trânsito, criada quarenta anos antes. Determinados agentes foram apanhados em
atos de corrupção. Praticamente volvidas outras quatro décadas, a brigada de trânsito
foi abolida, pelos mesmos motivos.
Também a junta autónoma das estradas se dissolveu, por
denúncia de subornos.
É importante a confiança nas instituições e é bom
orgulharmo-nos das muitas que cumprem a sua missão de forma que nos enche de
satisfação.
Desde que moro em Azeitão, os bombeiros foram sofrendo
algumas evoluções e deixaram uma excelente impressão de cada vez
que a eles recorri.
ESCOLA
O primeiro caso deu-se quando uma árvore de grande
porte ameaçava a minha casinha. Um vendaval tinha abalado o tronco, que se
inclinava em direção ao imóvel. Estando fora da minha propriedade, já
danificara o muro.
Era de noite e o quartel situava-se muito próximo de
minha residência, numa velha escola primária desativada. Em vez de telefonar,
desloquei-me lá, caminhando a pé.
De imediato, os soldados da paz compareceram. Munidos
de uma motosserra, aplicaram o inevitável golpe de misericórdia à gigantesca
planta, removendo-a prontamente, por forma a restabelecer a segurança.
O tempo passou e novas gerações de azeitonenses foram
surgindo, o que justificou a reabertura do estabelecimento de ensino que alojava
os sapadores.
Adaptaram-se outras instalações onde a corporação já funcionava
quando me acudiram pela segunda vez.
Era inverno. Alguém tinha colocado uns pedaços de lenha
queimada no contentor do lixo, após a sua utilização numa lareira. O problema é
que os cotos ainda estavam em brasa e não tardou a que o plástico do recipiente
pegasse fogo.
O que me ocorreu logo foi colocar uma mangueira que ia
preenchendo com água o contentor em chamas. Depois, telefonei aos bombeiros.
Não obstante a distância já ser maior, rapidamente acorreram ao local e
extinguiram o pequeno incêndio, que facilmente poderia ter assumido proporções muito
maiores.
Entretanto, em Azeitão, passámos a usufruir dos
serviços dos bombeiros voluntários que substituíram os municipais.
De novo, pude constatar que a eficiência se manteve.
Há seis meses, liguei para o 112 e o posto de
emergência médica atuou imediatamente. Nove minutos depois, a ambulância do
INEM estava presente, com uma equipa dos bombeiros locais.