Acaba
de surgir nas livrarias um interessante livro, escrito por Modesto Mendes. O
autor é irmão do jurista de 35 anos, que foi assassinado pelo sogro, num jardim de Oliveira do Bairro.
A
obra intitula-se "História do amor
entre um advogado e uma juíza".
A
vítima, Cláudio, era advogado de profissão. A sua antiga companheira, Ana
Joaquina Carriço Ferreira da Silva, desempenhava as funções de juíza. O namoro
iniciara-se ainda na Faculdade, em Coimbra. A filha, Adriana, conta atualmente
cinco anos de idade.
Naturalmente,
é comum haver casamentos entre advogados e juízes.
Nos
meus onze anos de matrimónio, foi o que sucedeu. A mãe das minhas filhas
era advogada e eu juiz. Curiosamente, nunca se colocou uma única questão de
conflito de interesses, como por vezes acontece. Os clientes dela eram, essencialmente, o Brascan e a Oni. Eu dedicava-me sobretudo aos julgamentos
criminais.
MUITO
PERIGOSO
O
que já não é nada frequente é o pai da juíza ser um delinquente capaz de
cometer o gravíssimo crime de posse ilegal de arma de fogo. E, ainda por cima,
usar a pistola para matar o genro. Foi o que fez António Ferreira da Silva, em
12 de fevereiro de 2011.
Na
narrativa, relata-se também algo que não é vulgar, garantidamente.
Uma
juíza, supostamente civilizada, com formação académica superior, num ambiente
de festa, enquanto se celebrava o aniversário do seu companheiro, arma uma cena
de ciúmes e desata ao pontapé.
Tudo
se passou em 2004, num restaurante de Leça da Palmeira. Três dezenas de amigos
reuniram-se para homenagear Cláudio, no dia dos seus anos.
Entre
os convidados contava-se uma advogada com quem o aniversariante conversou
animadamente. Despeitada, Ana Joaquina aproximou-se daquela que encarava como
rival. Pregou-lhe uma série de caneladas, a ponto de rasgar as meias à senhora,
para além de a deixar com vários ferimentos.
O
dia terminou com o Cláudio a implorar à colega que não apresentasse
queixa-crime contra Ana Joaquina. E, efetivamente, a causídica atingida decidiu
perdoar a agressora.