A localidade sadina brinda-nos com obras-primas da
construção, que dão um valioso contributo à cirurgia ortopédica nacional,
provocando fraturas a quem tem o azar de se cruzar com elas.
Esta escada localiza-se no Tribunal de Família de
Setúbal. Dá acesso a uma porta, que também deve ter sido concebida ilegalmente.
Não apresenta número de polícia. O tribunal deve cumprir a lei. Mas todos sabem
que isso nem sempre acontece.
O pior é que a escada não obedece sequer às mais
elementares normas de segurança.
Ocupa todo o passeio, o que em tempos idos dava cadeia,
por pejamento. As pessoas que pretendiam dispor de uma escada tinham de
construí-la dentro do edifício e não em cima do passeio.
Ora o peão segue o seu caminho. Forçosamente, tem de subir os degraus. Depois, desce pela rampa, que deve ter sido inventada para quem se desloca de cadeira de rodas. O cidadão não tem nada que ver com o tribunal, está ali só de passagem, mas obrigam-no àquela saudável gincana.
Ora o peão segue o seu caminho. Forçosamente, tem de subir os degraus. Depois, desce pela rampa, que deve ter sido inventada para quem se desloca de cadeira de rodas. O cidadão não tem nada que ver com o tribunal, está ali só de passagem, mas obrigam-no àquela saudável gincana.
SAIR DO VULGAR
O desafio mais radical é para quem se encontra no
interior do tribunal e pretende sair.
Se estiver bem atento, vira à direita e desce pelos
degraus. Ou, então, vai pela esquerda e toma a ladeira dos deficientes.
O mais provável é agir como todas as pessoas que saem
de uma porta: dirige-se em frente. Estatela-se no asfalto. Com sorte talvez
haja por lá um carro estacionado. Assim, sempre aterra no tejadilho ou no
capot.