Jon Anderson Edwards tem
30 anos e é natural do Reino Unido.
De há uns meses a esta
parte, vive no Algarve, onde partilha o apartamento com um amigo. Trabalha num
bar-restaurante de Lagos.
No dia 15 de setembro, não
surgiu no estabelecimento onde exerce a sua profissão de chef de cozinha. Os respetivos pertences continuam em casa e o
telemóvel encontra-se desligado.
Desapareceu e a polícia
não consegue localizá-lo.
BEBEDEIRA
Para determinar o que se
passou, é fundamental atentar nalguns aspetos essenciais.
Houve violência, pouco
antes do sumiço. O escocês encontrava-se embriagado. Exibia um ferimento.
O caráter violento de uma
ocorrência assume três modalidades.
Em primeiro lugar, pode
haver auto-inflição. Outra hipótese é o acidente. Finalmente, há agressões
intencionais.
O crime move-se em
diagrama de Venn.
Os círculos sobrepõem-se
na circunstância de investida por parte de terceiro.
Por exemplo, verifica-se um atropelamento. Tanto pode resultar de negligência como de um ato deliberado. Em ambos os casos, seja acidente ou agressão intencional, a conduta é penalmente censurável e conduz a investigação.
HOSPITAL
Outra questão é a
seguinte.
O patrão do cozinheiro
declarou ter-lhe recomendado que se dirigisse ao hospital. Portanto, Jon
aparentaria estar em condições de se deslocar à unidade de saúde, pelos seus
próprios meios. Não exibiria sinais de grande incapacidade.
Mas também é pouco
provável que o estrangeiro tenha realmente buscado assistência médica. Não há
nenhuns elementos nesse sentido.
Em termos de informações
disponíveis, a situação é muito semelhante à de Paulo Jorge Almeida, que
cometeu os assassinatos de 2008.
Era um caso muito simples,
até porque ele matara um amigo do chefe, com quem estava zangado.
Meia Lisboa já sabia quem
tinha praticado os crimes. Porém, tais dados não chegavam à polícia. Certos indivíduos
tinham de guardar segredo, por dever profissional. Outros não se encontravam
obrigados ao dever legal de denúncia. E alguns até estariam em condições de auxiliar
o homicida, sem que houvesse perseguição criminal possível. Nem sequer ficavam
sujeitos à obrigação de testemunhar.
Só em 2013, um médico
psiquiatra conseguiu convencer Paulo Jorge a entregar-se às autoridades. Ele
telefonou para o 112 e confessou tudo.
Regressando ao britânico
desaparecido no sul do país, existem igualmente numerosas informações. Forçosamente
haverá, do mesmo modo, alguma contrainformação, sobretudo se estiver em causa
atividade criminosa.
Assim, não se pode
descurar esta vertente. O tratamento dos elementos que forem facultados tem de
ser altamente rigoroso, por profissionais qualificados academicamente e dotados
dos necessários conhecimentos científicos.