Nas faldas da Serra da Arrábida, uma quinta
encontrava-se à venda. A tabuleta anunciava a intenção do proprietário.
O número de telefone ali inscrito serviu para uma amiga
minha entrar em contacto com o indivíduo.
Não que ela estivesse interessada em adquirir a
fazenda.
Mas porque os três cavalos ali abandonados estavam magérrimos.
Evidentemente, não lhes eram fornecidos alimentos. Iriam morrer de inanição.
Curiosamente, o dono da propriedade rural explorava um
restaurante, cuidando de servir os clientes que buscavam uma refeição
agradável. Mas quando a minha amiga lá foi ao estabelecimento comercial, recordá-lo
da necessidade de também nutrir os seus animais, ele demonstrou falta de
vontade em justificar-se. Até revelou alguma hostilidade.
Era domingo e a senhora telefonou-me, questionando se haveria alguma forma legal de intervir.
NATURALMENTE
Eu já conhecia bem a atuação de uma importante unidade da
GNR: o serviço de proteção da natureza e do ambiente.
Liguei para o Quartel do Carmo e tudo se resolveu de
modo bem eficaz.
No dia seguinte, o veterinário municipal de Setúbal encontrava-se
no local, acompanhado das autoridades. Prestou assistência aos solípedes.
Infelizmente, uma égua já não teve salvação e houve que abatê-la. Os outros
dois recuperaram.
O responsável foi autuado e passou a fornecer palha aos
equídeos, como era seu dever legal.
No final, a Guarda Nacional Republicana não deixou de
me enviar uma simpática carta, dando conta das diligências levadas a cabo.