Ele gastou uma fortuna em obras e acabou em prisão
domiciliária. Mas numas instalações verdadeiramente luxuosas.
O filho considerou que o pai tinha sido um perdulário.
Receou que o ancião ainda fosse despender mais dinheiro noutras construções.
Não havia por ali nenhum lar de idosos.
De modo que o descendente erigiu um enorme salão, com
vista para o Taj Mahal, o edifício no qual o progenitor consumira recursos
financeiros prodigamente. Encerrou lá o imperador deposto, deixando-o terminar
os seus dias contemplando aquela que veio a ser considerada uma das sete
maravilhas do mundo.
A EXPULSÃO DOS PORTUGUESES
Em 1631, Shah
Jahan ficou viúvo. A sua mulher deu à luz o 14º filho, mas não resistiu aos
trabalhos de parto.
O desgosto do governante foi de tal ordem que decidiu
erguer um gigantesco mausoléu.
Ao longo de duas décadas, 20 mil operários e centenas
de elefantes carregaram mármore, ouro e pedras preciosas para a cidade de Agra.
Ali foi executado o projeto elaborado por Ustad Ahmad Lahauri.
Entretanto, logo após perder a esposa, o mongol mandou
expulsar os portugueses do Porto Grande de Bengala. Os que não morreram no
confronto foram feitos prisioneiros e levados precisamente para Agra, onde se
começava a construir o gigantesco palácio.
Aos 66 anos, o estadista adoeceu. Aurangzeb tornou-se
regente. Com o total restabelecimento do Pai, o sucessor não quis abdicar do cargo.
Sob o pretexto de que o velho Shah Jahan ainda se podia lembrar de inaugurar mais mausoléus em
homenagem às suas outras duas mulheres, o filho resolveu depô-lo. Sujeitou-o à
obrigação de permanência na habitação, especialmente concebida para o efeito.
(A prisão domiciliária de Shah
Jahan, no Forte de Agra)