sábado

BOFETADA SOCIALISTA



Segundo muitos comentadores políticos, as bofetadas favoreceram Soares.
Freitas do Amaral tinha o apoio de quase metade dos votantes.
Na segunda volta, em 1986, o adversário socialista cativou maior número de eleitores e alcançou a presidência da república, por reduzida margem.
Há quem diga que a viragem se deu quando o candidato da esquerda visitou a Marinha Grande e foi atacado com alguns tabefes. Mário Soares transformou-se numa vítima da intolerância, da falta de argumentos e de quem está convencido que a pancada resolve divergências.
Integrados num povo de brandos costumes, os portugueses sensatos e inteligentes ficaram do lado do antigo secretário-geral do PS. Grande parte ofereceu-lhe o seu voto.


INCULTO

Agora o seu filho, João Soares, espalhou que tinha prometido uns estalos e que estava ansioso por concretizar a ameaça. Tal levou-o a deixar a pasta da cultura no governo.
Pelos vistos, lambadas efetivas ou eventuais causam antipatia na democracia nacional.
Um dia, talvez surja alguma tese de mestrado sobre as repercussões da bofetada na vida do Partido Socialista.
Em 2003, militantes daquela agremiação política em Felgueiras descredibilizaram-se quando receberam o seu camarada Francisco Assis na cidade do Tâmega, com fortes chapadas que lhe fizeram saltar os óculos da cara.


CABO

Por falar em Soares e sopapos, ocorre-me um outro caso, sucedido igualmente no Norte.
Aqui há uns tempos, uma série de processos brotaram por causa de uma agressão perpetrada por Carmim do Cabo, militante do PS. Na altura, o sujeito presidia à junta de freguesia de Guifões, em Matosinhos.
A jornalista Carla Soares conversava ao telemóvel quando se deu o confronto. Aquilo foi de tal ordem que o aparelho voou contra a parede.
O homem já havia anunciado que tinha estado no Ultramar. Mas, aparentemente, a menção às suas proezas guerreiras em África não foi suficiente para intimidar a profissional do “Jornal de Notícias”.
Então, disse à repórter:
- Eu tenho o dobro da tua idade.
Nem a velhice nem o serviço militar do Cabo carmim ou rosa de opção partidária, convenceram a redatora de apelido Soares.
E foi o que levou o indivíduo a erguer o seu punho socialista contra a jovem.
Mais tarde, Fernando Santos, diretor-adjunto do diário portuense, escreveu um artigo de opinião, em que descrevia o matosinhense guifonense como um valentaço cobarde que pensa com as pernas.
Visto que já não estava em causa uma Senhora com metade da sua idade, o edil resolveu excluir as vias de facto e deu preferência às judiciais. No entanto, em tribunal, perdeu o processo contra o responsável do periódico.